Em 1564 a tribo dos Termiminós, liderada pelo cacique Araribóia (Cobra Feroz), vem do Espírito Santo, na frota de Estácio de Sá, para combater franceses e Tamoios no Rio de Janeiro.
Araribóia e sua tribo já haviam sido catequizados, e ele já era chamado pelo nome de batismo cristão:Martim Afonso de Souza.
Foram batalhas sangrentas que resultaram na expulsão dos sobreviventes das tribos da confederação dos Tamoios (ou Tupinambás),que habitavam a Baía da Guanabara , para as bandas de Cabo Frio. Essas tribos , em Cabo Frio, conviveram com franceses e holandeses. Construíram uma Fortaleza, que viria a ser atacada por Portugueses e Termiminós, liderados por Araribóia em 1575.
Com a vitória, o governador geral Mem de Sá, decidiu manter a tribo por perto e atendeu a solicitação de terras feita por Araribóia: "As terras na Banda D'além, ao longo da água salgada, pelo rio acima, caminho do norte e do nordeste, uma légua.
Em 22 de novembro de 1573,a cerimonia de posse oficial das terras foi realizada dentro da tradição medieval européia, que consistia em entregar nas mãos do favorecido, um punhado de terra, pedra, areia e ramos verdes.
A aldeia chamada de São Lourenço dos Índios foi instalada no morro de São Lourenço. Sua localização estratégica impossibilitava a ação de um ataque surpresa, devido a ampla visão da baía e o mangue em sua base.
A aldeia de São Lourenço foi palco da primeira representação teatral em terras fluminenses, "O mistério de Jesus" ou "Alto de São Lourenço", de autoria do jesuíta Anchieta. Essas representações tinham forte direcionamento doutrinador.
Essa representação narra sobre "três demônios" do folclore indígena: Guaixara, Savarana e Aimbiré, que procuram destruir a aldeia incentivando o pecado, mas são vencidos por São Sebastião e São Lourenço. Os simbolismos dessa alegoria, deixam claro, o perigo de voltar aos cultos pagãos, a salvação alcançada pelas práticas cristãs e a obediência à direção da Igreja.
Em 1575 o governador Antônio Salema e Cristovão de Barros, juntamente com Araribóia, foram com suas naus de guerra até a fortificação dos Tamoios em Cabo Frio, e os persuadiram a entregar dois franceses que estavam com eles, e os enforcaram. Em seguida pediram aos Tamoios que os deixassem introduzir cruz de Cristo no centro da fortaleza indígena. pós a permissão,os portugueses deram início à matança de 1500 índios,entre guerreiros,velhos, mulheres e crianças.
Segundo alguns historiadores, após a matança de Cabo Frio, os portugueses, produziram a primeira arma biológica da história. Presentearam Araribóia e sua tribo com roupas contaminadas com varíola. Em 1589 Araribóia morreu em decorrência da doença,na aldeia de São Lourenço,sendo enterrado na igreja de São Lourenço dos Índios. A grande maioria dos livros de história, refere-sem a essa contaminação por varíola como algo natural e acidental.
Ainda em relação à causa da morte de Araribóia, existe uma versão,onde teria morrido afogado, o que é pouco provável,pois no ano de sua morte,de fato sua tribo (Termiminós) sofria com a varíola (seja acidental ou provocada)
Alguns membros da tribo, fugiram na tentativa de escaparem da doença, mas morreram pelo caminho. E o resultado da contaminação proposital de varíola,foi a extinção dos índios da região da Guanabara.
A partir de 1650, não havia um único índio na região,e a baía da Guanabra não era mais nem de Tamoios, nem de Termiminós, era somente dos portugueses!
A estratégia usada pelo homem branco,para atingir seus objetivos de domínio e conquistas foi a de estimular as disputas tribais naturais e comuns dos indígenas.
Jogavam e manipulavam uns contra os outros, com promessas de prestígio, poder e heroísmo. E assim foram exterminando uns com a ajuda de outros, até que não restasse mais nenhum.
CLAUDIA BAIBICH
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