sábado, 28 de fevereiro de 2009

ANCESTRALIDADE TAPUIA






Tapuias era a denominação para as tribos indígenas que não eram agregadas ao
grupo Tupi-Guarani. Eram indígenas de diversas tribos com dialetos diferentes,
e costumes peculiares. Foram considerados mais resistentes e hostis que os Tupinambás. Não se pode falar em costumes dos Tapuias no sentido
de unicidade, os primeiros registros sobre essas tribos foram feitos pelos holandeses. Esses relatos referem-se a costumes nômades;habitação em ocas ou cavernas; nudismo total,
exceto em dias festivos e guerras, onde cobriam o corpo com penas de aves;
caçavam, pescavam, brincavam,cantavam dançavam, guerreavam; trabalhavam o barro para
fabricação de utensilhos, não tinham domínio de agropecuária, embora plantassem mandioca e outras raízes; usavam arco e flecha e dardos; sua
alimentação era de raízes, frutos silvestres, ervas, carne de caça, peixe e mel
Usavam adornos de penas na cabeça e nos braços, fabricavam adornos com
sementes e cascas, faziam uso de fumo e beberagens; pintavam o corpo para
as guerras e para as festas; acreditavam na imortalidade da alma etc.
Se os Tupinambás que habitavam a Costa brasileira, sofreram os primeiros inpactos da chegada dos Portugueses, os Tapuias foram as próximas vítimas,
dos "desbravadores bandeirantes". Centenas de famílias indígenas foram mortas
ou capturados pelos bandeirantes, nas diversas missões que
empreenderam pelo interior do país em buscas das riquezas naturais que o mesmo possuía.
A influência dos Jesuítas é vista de modo dúbio, pois ao
mesmo tempo que eram contra a escravidão dos indígenas, eram a favor que
os nativos abandonassem seu modo de vida natural e livre para assumirem
uma educação conceitual cristã, substituindo suas crenças, cerimonias e
rituais pelos ritos católicos. Em toda a controvérsia que cerca o papel dos jesuítas
na colonização de nossos índios, merece destaque sua atuação em defesa dos
nativos e sua tentativa de protegê-los das barbáries que sofriam.
Esse perda da liberdade e o confinamento nos aldeamentos cristãos superlotados,
fizeram com que o índio, livre por natureza e essência, adoecesse física e espiritualmente,morriam aos milhares e já não sabiam mais quem eram e o que lhes aguardava. Os guerreiros foram vencidos, a luta era desigual, restava aos
sobreviventes, adaptarem-se ao sistema colonial.
Nossos índios continuariam sofrendo a ganância do homem branco, através de
invasões do que lhes restou de terras por garimpeiros, estrangeiros e outros movimentos que reivindicavam algo que de fato e de direito não lhes pertencia (aos que se posicionam contra as atitudes
indígenas, lembro-lhes que esta terra sempre foi deles e que não é favor e sim
um direito deles). São desrespeitados, humilhados, marginalizados.
E com todo o processo de alienação que sofreram ao longo dos séculos, perderam
sua honra ancestral, corromperam-se para sobreviverem. Como creio que
rigorosamente tudo no universo acontece segundo um plano de evolução, sei
que para que eu e você que lê esse artigo, estarmos aqui, essa interação entre
"raças" diferentes foi necessária, mas não precisaria ter ocorrido de modo tão
desumano, com homens "civilizados" achando-se no direito de matarem seres
inferiores e selvagens.
Mas os espíritos desses valorosos guerreiros indígenas,desta e de outras terras e
todo o planeta, retornam triunfantes, evoluídos e iluminados para fazerem o bem
a quem deles precisar, em nossa amada Umbanda.
SARAVÁ A TODOS OS CABOCLOS DA UMBANDA!
CLAUDIA BAIBICH
PARA COPIAR, CITE A AUTORA.












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