sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Navajos

foto www.oldpicture.com
De acordo com o censo estadunidense de 1990, o total de índios navajos era de 220 mil, vivendo em 6 milhões de hectares, com um produto interno bruto estimado em 50 milhões de dólares.
Os navajos são uma tribo indígena da América do Norte, da família lingüística Athapaskan (idioma navajo) e da área cultural Sudoeste.
Originalmente, imigraram das áreas do norte e durante o século XVI tornaram-se um povo pastor e caçador. A tribo vive numa reserva no nordeste do Arizona e continua em partes do Novo México e Utah. É a maior reserva indígena dos Estados Unidos, estendendo-se por uma enorme área que vai desde Grants no Novo México, até o Grand Canyon, no Arizona; de Holbrook, no centro do Arizona até o Rio San Juan, já no Colorado, inclui Monument Valley, parte do Deserto Pintado e parte da Floresta Petrificada.

História
Índios navajos, foto de 1902.
Os navajos entraram em conflito com os colonizadores espanhóis e com os mexicanos no fim do século XVIII e começo do século XIX. Seus contatos com os espanhóis foi curto, mas importante, pois introduziram cavalos, ovinos e caprinos, o que deu grande impulso na economia. Em 1846, os navajos assinaram seu primeiro tratado com o governo dos Estados Unidos, mas alguns conflitos com as tropas do exército, motivados sempre pela ganância levaram às hostilidades em 1849.

Um grande e polêmico conflito se estendeu até 1863, quando o exército, sob o comando de Kit Carson, caçador e explorador do exército (não confundir com o Kit Carson das aventuras de TEX), promoveu uma longa campanha contra os navajos e capturaram oito mil deles, que foram enviados a pé num percurso de cerca de 600 quilômetros para uma reserva em Forte Summer, no Novo México, episódio este que ficou conhecido na história dos navajos como "A Grande Caminhada".

Nesta reserva, a tribo sofreu diversos males, entre doenças e baixas colheitas e ainda foram atacados por outras tribos nativas da região. Um novo tratado foi assinado em 1868 e os sobreviventes foram levados de volta para a antiga reserva, presenteados com ovelhas e gado e aceitaram viver em paz com os colonos americanos. Em 1884, a reserva aumentou de tamanho, para atender à grande nação que se formava.

Durante o começo do século XIX a tribo prosperou, a população dobrou e terras foram adicionadas a reserva para dar condições de vida aos navajos. Durante a II Guerra Mundial, muitos navajos serviram nas forças armadas e isto é motivo de muito orgulho para muitos descendentes deles até os dias de hoje.

O filme Windtalkers (2002) conta como soldados navajos ajudaram os aliados na II Guerra Mundial, desenvolvendo um código de encriptação baseado em sua complexa língua.

Os navajos também ficaram famosos no Mundo dos Quadrinhos, graças ao personagem italiano Tex Willer, criado em 1948 pela dupla Gian Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini , que era o chefe branco dos navajos.


A LÍNGUA NAVAJO

O navajo (diné bizaad), às vezes grafado navaho, é uma língua americana falada nos Estados Unidos da América e México por 150 mil indios navajo. Pertence às línguas atabascas da família na-dené.
Navajo é a língua mais falada entre as populações nativas da América do Norte com mais de 100.000 falantes nativos.

O idioma navajo é falado em larga escala pelos navajos de todas faixas etárias, sendo que cerca de metade da população navajo fala esse idioma nos seus lares, no seu dia a dia. Muitos dos pais ainda o ensinam como o primeira língua para seus filhos. Por isso os navajos formam uma das pouquíssimas nações indígenas que usam a língua nativa na comunicação diária. No entanto é uma língua em declínio, em especial nas áreas urbanas fora das reservas onde cada vez mais os jovens vem adotando a língua inglesa. Mesmo nas reservas, censos indicam que entre 1980 e 1990 os navajos da 5 a 17 anos que falam somente inglês cresceram de 12% para 28%, tendo chegado a 43% no ano 2000.
Durante a Segunda Grande Guerra um código baseado em navajo foi utilizado para envio de mensagens seguras de rádio.
Especialistas classificam navajo como um dos idiomas mais difíceis de serem aprendidos.


Os Navajos (Navaho) se autodenominam Dineh, o Povo. Atualmente vivem num planalto que se estende por boa parte dos estados do Arizona, do Novo México e de Utah (é a maior reserva indígena dos Estados Unidos). É um território de imensas proporções, basicamente árido e desértico, recoberto por pequenas reservas de pinheiro de pinhão, juníperos e artemísia. Vários desfiladeiros, como o Canyon de Chelly e del Muerto, estendesse por vários quilômetros em planaltos que se perdem de vista. Formação rochosas brilhantes erguem-se do solo como monumentos descomunais ali colocados por uma antiga raça de gigantes. À primeira vista, a terra parece vazia e inóspita e a atenção então se dirige para o céu azul e sem nuvens. Parece que a mão do homem nunca tocou esse lugar. Somente mais tarde é que se percebe que o terreno aparentemente vazio, é na realidade densamente habitado, pequenos Hogans (cabanas) abrigam-se nas vertentes dos vales e reentrâncias por todos os lados, e rebanhos de carneiros materializam-se em pleno deserto.

A filosofia religiosa dos navajos é ligada a natureza, que busca a harmonia, de uma ligação entre os homens e todas as fases da natureza atuam juntos, e os seres pequenos, aparentemente insignificantes, podem tornar-se tão importantes quanto os grandes e possantes. Há um panteão navajo, mas não uma verdadeira hierarquia. Os grandes deuses, às vezes, são eclipsados por criaturas modestas e humildes que podem realizar aquilos que eles não conseguem.

Todos os poderes, como a possível exceção de Mulher que Muda, são igualmente bons e maus, dependendo de sua natureza intrínseca, do modo como são abordados, de seu humor e das condições do momento, e do contexto de sua atuação. A maioria das cerimônias tem por finalidade persuadir os deuses a outorgar dádivas à humanidade, banir o mal e restaurar a harmonia natural são imagens e rituais vibrantes, que buscam a estabelecer a harmonia do ser humano do ser humano com as forças naturais a sua volta. É através desta interação que os xamãs evocam os poderes curativos da natureza, em ritos de purificação que incluem orações, cânticos e símbolos cristalizados em pinturas de areia e transmitidos de geração em geração. A cura dos navajos todo um sistema de crença (mitologia dos navajos) do paciente, liberando energia da identificação simbólica para recriar o mundo interior. Os mitos são o alicerce flexível sobre o qual os cantos de cura se assentam. Cada canto tem um mito associado, que descreve sua origem e aventuras do herói ou heroína que buscam obter dos deuses aquele canto.

Às vezes, as orações , os cânticos e as pinturas com areia, além da ação dos rituais, referem-se ao mito, mas não existem correspondências exclusiva. O mito não pode ser reconstituído a partir da cerimônia. Não é sequer exigido do xamã que ele conheça o mito do canto que dirige, embora deva conhecer detalhadamente tudo mais. É porém notável se ele dominar esse conhecimento.

Os rituais navajos organizam-se em torno do culto ao Sol. Em razão da idéia navajo de concepção, a crença de que está é devida a uma união da luz (calor) com a água (sêmem, umidade), o Sol como símbolo de luz, calor e quentura, domina de certa maneira todos os outros espíritos e deidades. Uma vez que todas as coisas aparecem aos pares - onde um domina e outro é dominado, um é mais forte e outro mais fraco - Mulher que Muda é o equilibrador do par. Seu poder talvez seja tão grande quanto o do Sol, mas qualitativamente diferente. Mulher que Muda (Istsá Natlehi) é o grande símbolo da terra com todas as suas variaçòes sazonais, o poder da mulher de renovar a vida, o amor materno. Ela parece ter uma boa vontade consistente para com a humanidade.

Assim, o Sol e a Mulher que Muda formam o eixo central em torno do qual orbitam todos os outros poderes e seres. São a fonte fundamental de saúde e harmonia, têm o poder de fortalecer e rejuvenescer. De sua união vieram os Gêmeos Guerreiros, o Matador de Monstros (Naye Nezgáni) e o Filho da Água (Tobadsistsíni), que fazem árdua viagem para visitar seu Pai Sol e ganhar dele o poder para derrotar os monstros e libertar o povo (mitologia do Canto da Noite, que serve par libertar o paciente de ataques obsessivos). Ele e seus pais, Mulher que Muda e o Sol são a "Sagrada Família" da teologia navajo. Mulher que Muda e o Sol ligam-se também cada qual a um ser sobrenatural mais fraco, do mesmo sexo, que complementa ou amplia sua natureza: a Lua (Kléhanoi) é o irmão mais fraco do sol, e a Mulher Cocha Branca (Yolkáiestan) a irmã mais fraca de Mulher que Muda.

A Mulher Cocha Branca é um pouco mais dúbia e não confiável do que sua irmã. Está "Sagrada Família" foi um desenvolvimento posterior, dentro da história mítica dos navajos. Nos mundos inferiores dos mitos de origem, o Primeiro Homem e a Primeira Mulher eram os protagonistas e viviam as voltas com bruxarias e o mal. Coiote, Begochidi, o Deus Negro (ou Deus do Fogo), a Mulher Sal, os insetos e os outros animais estavam lá desde o princípio e tiveram papéis importantes na longa ascensão até a luz e a consciência. Além das figuras universais, todo canto parece Ter um mini-panteão próprio. O Canto da Chuva, de Pedra que Fala, do Povo Trovão, em que o Trovão Branco e o Trovão Negro são deidades de destaque. O Canto da Grande Estrela (o meu favorito) introduz o Povo Estrela, para quem a Grande Estrela é o grande sábio.

No Canto da Noite existem o povos sagrados especiais, geralmente chamados Yei, que na noite final são personificados pelos dançarinos que usam máscaras azuis e colares de sempre-vivas, e cantam numa voz de falsete, sinistra. Os Yei são conduzidos por Deus que Fala (Hastyéyalti), que é como um mentor severo para os heróis do canto, guiando-os e dirigindo-os em suas aventuras, e salvando-os de todo tipo de revés. Geralmente é identificado como o leste e os sol nascente. Seu grito Wu, hu hu hu é parecido com o chamado da manhã dos rituais Pueblo. Geralmente faz parte com Deus Lar como alguns preferem chamá-lo, que parece simbolizar a domesticidade, a paz, a fertilidade, e está associado com o oeste e o sol poente. Nesse sentido são ambos parte do complexo simbólico solar.

O mundo navajo é repleto de divindades. Toda força natural, cada elemento geográfico, toda planta, animal ou fenômeno meteorológico tem seu poder sobrenatural peculiar e pode ser representado por uma imagem personificada nas pinturas em areia. E ainda existe Begochidi! Ele é diferente de todos os outros e encarna a essência do paradoxo. Por um lado é filho do Sol, associado à luz e ao fogo, é uma deidade solar, criador da vida, que teve "relação sexual com tudo que existe no mundo". Neste aspecto benigno, é o patrono dos animais domésticos e de uso: é para ele que se reza pedindo que o cavalo seja muito bom. É retratado como figura solar com cabelo louro ou ruivo, e olhos azuis. Por outro lado, porém, Begochidi é um grande malfeitor e jogador. Ele pode mudar, se o desejar, e assumir qualquer forma de arco-íris, areia, água ventos, insetos, etc. Desmoraliza os outros deuses, mudando-lhes nuvens de insetos para mordê-los sem piedade, até que concordem com suas exigências. Esgueira-se por trás das meninas e belisca-lhes os seios gritando "Bego, bego"(diz-se que seu nome significa Aquele que agarra os seios"). Quando um caçador está fazendo mira, ele agarra seus testículos e estraga o tiro. Faz a mesma coisa quando um homem e uma mulher estão tendo relação sexual. Às vezes, Begochidi aparece como uma minhoca ou inseto que rasteja no pó e representa alguma coisa obscena. Favorece o sexo e a procriação, mas também é patrono dos travestis e veste-se como mulher.

No mito do Caminho da Traça, Begochidi vive com o Povo Borboleta como travesti. Está sempre pondo suas mãos nas virilhas dessas pessoas e dizendo "Bego, bego". Ele não deixa que se casem enquanto estiver cuidando delas. Um dia quando estava afastado, praticam incesto entre irmãos como consequências desastrosas. Todos ficam com a "loucura da traça" e se atiram ao fogo numa investida enlouquecida e precisam ser separados á força. Finalmente, é encontrada a cura com uso de medicamentos preparados à base de um litro de essência de coiote, texugo, raposa azul ou urso. Quando esse medicamento é ministrado, o irmão e a irmã sentam-se de costas um para o outro, e saem borboletas de suas bocas que se desvanecem no ar. Quando se busca um paralelo para a natureza de Begochidi, pensa-se logo em Mercúrio, tão necessário ao trabalho dos alquimistas. Mercúrio pode ser associado com o fogo, "o fogo universal e cintilante da luz da natureza, que contém em si o espírito celestial". Poderia ser uma criatura também lasciva e, eventualmente, foi representado em coabitação contínua. Num texto Rosa Cruz, sua natureza dual é demostrada primeiro na coabitação, depois na fusão ou mescla dos lados masculino e feminino, associado ao sol e a lua. Como diz Jung: "Ele é um demônio, um psicopompo redentor, e um traquinas esquivo, assim como reflexo de Deus na natureza física".

Assim, tanto Mercúrio como Begochidi combinam o mais baixo e o mais elevado, o traquinas lascivo e a unidade mística com Deus, a ligação do sol com a lua, uma sexualidade desvairada e a transcedência sexual. As duas dimensões podem tanto ajudar como impedir, dependendo de como foram abordadas. Begochidi é um símbolo de reconciliação que contém o bem e o mau, o alto e o baixo, o puro e o impuro, o másculo e o afeminado, e, assim, é um dos conceitos intuitivos mais audaciosos da filosofia religiosa nativa americana, uma engenhosa tentativa de expressar a natureza essencialmente paradoxal do homem, na imagem de um Deus.

por http://www.terramistica.com.br/index.php?add=Sobre&ch=1

O FILME
Windtalkers, ou Códigos de Guerra,
Navajos na Segunda Guerra Mundial.
Um filme norte americano dirigido por John Woo e estrelado por Nicolas Cage. Foi lançado em 2002 e contou com orçamento de U$100 Milhões. O filme é baseado na história da participação de membros da tribo ameríndia dos Navajos na criação de um código baseado em sua língua, e sua colaboração heróica para a vitória norte-americana sobre os japoneses em 1945 
Durante a Segunda Guerra Mundial, ano de 1944, os Estados Unidos levam adiante a guerra contra o Japão, nas ilhas do Pacífico. Mas, algo vai mal para os americanos: o inimigo tem conseguido, de forma inteligente e constante, decifrar todos os códigos utilizados para cifrar as comunicações, e infligido, deste modo, muitas baixas e perdas.
Logo é desenvolvido um novo código, este sendo totalmente baseado na desconhecida e complexa língua dos índios Navajos, e, por isto mesmo, perfeito para o objetivo. Para utilizar o novo código são recrutados dezenas de navajos, que, incorporados às forças armadas, recebem treinamento militar e, principalmente, se tornam aptos a utilizar o código em qualquer situação.
Como tal código não poderia cair nas mãos do inimigo, algumas medidas são tomadas para resguarda-lo. Alguns dentre os melhores fuzileiros americanos são convocados para fazer a guarda pessoal dos codificadores: um deles é o sargento Joseph Enders, único sobrevivente de uma terrível batalha nas Ilhas Salomão, interpretado por Nicholas Cage.
Após uma breve recuperação no hospital naval, Enders assume a missão e recebe de seu oficial superior uma ordem de valor moral duvidoso: proteja o código a qualquer custo! Isto mesmo que signifique a morte do codificador..

http://pt.wikipedia.org/wiki/Navajos
imagem mulher navajo http://www.eduardpunset.es/195/general/la-sabiduria-de-las-tribus-navajos-y-lakotas

Nenhum comentário:

.