quinta-feira, 7 de julho de 2011

ÍNDIOS ISOLADOS

Sabe-se muito pouco sobre os chamados índios isolados - também conhecidos como povos em situação de isolamento voluntário, povos ocultos, povos não-contatados, entre outros. São assim chamados aqueles grupos com os quais a Funai não estabeleceu contato. As informações sobre eles são heterogêneas, transmitidas por outros índios ou por regionais, além de indigenistas e pesquisadores.

A Funai, instituição responsável pela política indigenista do Estado brasileiro, tem um órgão responsável para proteger a região onde são indicadas as referências a esses grupos sem contato: é a Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém Contatados (CGIIRC), que confirmou a existência de 28 desses grupos. Em toda a América Latina, o Brasil é o único país a ter um órgão específico para desenvolver políticas de proteção aos isolados. A CGIIRC está organizada em doze Frentes de Proteção Etnoambiental (Juruena, Awa-Guajá, Cuminapanema, Vale do Javari, Envira, Guaporé, Madeira, Madeirinha, Purus, Médio Xingu, Uru-Eu-Wau-Wau e Yanomami), que atuam na Amazônia brasileira, em regiões onde houve confirmação da presença de índios isolados e também onde vivem povos de recente contato.

De acordo com os dados do ISA e de seus colaboradores, há na Amazônia brasileira mais de 50 evidências de índios isolados, mas não se sabe ao certo quem são, onde estão, quantos são e que línguas falam. Entre esses grupos dos quais se tem evidências, apenas um, os Avá-Canoeiro, encontra-se fora da Amazônia Legal. Dos Avá-Canoeiro fala-se que são quatro pessoas, em fuga permanente, evitando o contato, pelo norte de Minas Gerais, Bahia e Goiás. Além desse pequeno grupo, outros indivíduos Avá-Canoeiro vivem na TI homônima e mais algumas pessoas desse grupo e seus descendentes vivem no Parque Indígena do Araguaia.

O que se sabe é que a maior parte dessas referências encontram-se em Terras Indígenas já demarcadas ou com algum grau de reconhecimento pelos órgãos federais. Também há evidências de grupos isolados dentro de dois Parques Nacionais e de duas Florestas Nacionais (Flonas). No caso dos parques, os grupos estão protegidos da ocupação desordenada de seu habitat, já no caso das Flonas, que apesar de serem federais e protegidas, são áreas destinadas à exploração florestal por empresas, de forma que não há garantia de que os índios serão protegidos e terão seu futuro assegurado.

As informações sobre esses povos são escassas. Por vezes, vestígios como tapiris, flechas e outros objetos encontrados nas áreas por onde passaram são fotografados. Os relatos verbais de existência desses grupos são geralmente fornecidos por outros índios e regionais mais próximos, que narram encontros fortuitos, ou que simplesmente reproduzem informações de terceiros.

Um caso que exemplifica bem a definição de grupos isolados, onde as informações dos vizinhos confirmam sua existência e a relação de contato que tiveram com eles, mostra que o isolamento é relativo: os Hi-Merimã, que hoje vivem isolados, já foram estimados em 1000 pessoas em 1943. Eram considerados um dos maiores grupos da região do rio Purus, no estado do Amazonas, mas voltaram ao isolamento. Eram conhecidos também como Marimã ou Merimã, segundo informação da antropóloga Luciene Pohl, em seu trabalho de identificação da TI Hi-Merimã. Pohl coletou as informações sobre eles com seus vizinhos Jamamadi, cujas terras demarcadas são contínuas à terra dos isolados e cuja língua é da família Arawá.

Os Jamamadi dizem que tiveram contato com eles no passado, mas houve problemas de entendimento entre as partes, o que resultou em conflito com mortes. Os Banawa, também da família lingüística Arawá, dizem entender parcialmente a língua falada pelos Hi-Merimã e afirmam que mantiveram relações com eles, podendo descrever características do modo de ser desses índios que voltaram ao isolamento. Os índios Zuruahã, da mesma família lingüística e seus vizinhos a oeste, relatam histórias de hostilidades com eles.

Isolados ou contatados?
A partir desses relatos, pode-se perceber que a idéia de que há índios isolados desde a chegada dos portugueses ou sociedades mantidas à margem de todas as transformações ocorridas desde então, é enganadora. Os grupos considerados isolados travaram, muitas vezes, relações de longa data com segmentos da sociedade nacional, tendo posteriormente optado pelo isolamento. Os Apiaká do Matrinxã, por exemplo, tiveram contatos com a sociedade regional, sofreram muito e resolveram fugir e isolar-se de novos contatos. A mesma história é atribuída aos Katawixi. Assim, o isolamento representa, em muitos casos, uma opção do grupo, que pode estar pautada pelas suas relações com outros grupos, pela história das frentes de ocupação na região onde vivem e também pelos condicionantes geográficos que propiciam essa situação. A noção de isolados, portanto, diz respeito ao contato regular, principalmente com a Funai.

O que tem ocorrido com alguma freqüência é a tentativa da Funai de realizar o contato com grupos que se encontram em situações de risco, porém muitos recusam essa aproximação.

Um caso de opção pelo isolamento também pode ser observado na região do Tanaru, sul do estado de Rondônia. Trata-se não de uma sociedade, mas de um único homem sobrevivente. Tudo leva a crer que o seu povo desapareceu devido à violência e à ganância dos pecuaristas que ocuparam a região. Desde 1996, a Funai vem tentando lhe oferecer assistência, mas todas as vezes que seu acampamento foi identificado, ele o abandonava. Mostrou-se absolutamente avesso ao contato, apesar de aceitar alguns presentes dos sertanistas, como panelas e facões.
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Isolados: histórico
1986 > ONGs discutem a situação dos isolados
A preocupação com a situação de risco desses grupos fez com que, em outubro de 1986, fosse organizado pelo Conselho Indigenista Missionário - CIMI e pela Operação Anchieta - Opan (hoje Operação Mata Nativa), um encontro sobre Índios Isolados e de contato recente. Participaram também várias ONGs, entre elas a UNI, o Cedi, o CTI, a CPI-SP e outras, além da Funai, num total de 23 participantes.

O comunicado final divulgado no fim do encontro dizia que "a gravidade da situação motivou um encontro de indigenistas, antropólogos, missionários, advogados e representantes da União das Nações Indígenas (UNI) na tentativa de estabelecer formas de atuação na defesa da sobrevivência física e cultural desses povos ameaçados". O documento fala ainda da abertura das estradas a partir de 1970, e de outros projetos de infra-estrutura, alem da mineração e exploração mineral, fatores que levaram esses grupos ao sofrimento e à depopulação decorrente do contato com essas frentes de expansão.

Vários povos com a população reduzida drasticamente por doenças foram transferidos de suas terras, como os Tapayuna, levados do rio Arinos para o rio Xingu e os Panará do rio Peixoto Azevedo, contatados em 1973 para permitir a construção da BR-163. Os remanescentes desses últimos – 87, de uma população de 400 – foram levados para o Parque Indígena do Xingu. Os Cinta-Larga, no Mato Grosso e Rondônia, eram cerca de 5 mil ainda nos anos 60, mas na época do Encontro não passavam de mil indivíduos. Os Waimiri Atroari, forçados ao contato com a abertura da BR-174, que cortava suas terras, tiveram uma redução de cerca de 3 mil para apenas 500 indivíduos.

O comunicado criticava também a atitude da Funai, pelo abandono desses índios: "não é de se estranhar, portanto, que a Funai esteja anunciando seu Plano Especial para atração dos últimos grupos indígenas isolados, o que nos parece ser o objetivo de facilitar a implantação dos novos planos governamentais (PDA, Calha Norte etc). Manifestamos, por isso, nossa legítima preocupação pelo destino dos povos indígenas que ainda resistem bravamente na Amazônia". Nesse encontro, foi feito o mapeamento dos grupos isolados no Brasil e elaborada uma pauta com as conclusões do Encontro para ser veiculada entre as entidades indigenistas.


1987 > Sertanistas da Funai se reúnem e criam a Coordenadoria de Índios Isolados
Em junho de 1987, ocorreu o Primeiro Encontro Nacional de Sertanistas, promovido pela Funai e organizado pelo sertanista Sidney Possuelo, para discutir a questão dos índios isolados. Os participantes debateram e avaliaram a difícil situação dos povos contatados e decidiram que a nova política da Funai seria de contatá-los apenas se estivessem em risco e não mais para liberar a área para projetos de infra-estrutura, como ocorria até então.

Para desenvolver essa política, foi criado um órgão específico dentro da Funai: a Coordenadoria de Índios Isolados (CII), ou Coordenadoria Geral de Índios Isolados (CGII) com Sydney Possuelo à frente, liderando a mudança de política de contato. Em vez das antigas frentes de atração, que contatavam os índios para liberar a área para passagem de estradas, hidrelétricas etc., a CII foi organizada por frentes de proteção etnoambiental, cujo objetivo era proteger o entorno da região habitada pelos isolados e monitorar os acontecimentos e ameaças, além de viabilizar os estudos de identificação e demarcação dessas terras para esses índios, realizados pela Diretoria Fundiária da Funai.

No final da década de 1990, a CGII/Funai assinou um convênio com a ONG Centro de Trabalho Indigenista (CTI) para trabalharem em conjunto na política de proteção aos isolados do Vale do Javari, com recursos da União Européia, que viabilizou a continuidade das atividades na TI Vale do Javari, área que sofre muita pressão de madeireiros.

Esse órgão da Funai foi dirigido por Sydney Possuelo, com alguns intervalos, até o início de 2006, quando Possuelo foi demitido do cargo pelo presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes. A partir de então, a CGII passou a ser coordenada pelo sertanista Marcelo Santos, que já tinha feito parte do órgão. Santos trabalhou com os isolados de Rondônia e dirigiu a Frente de Proteção Etnoambiental Rio Guaporé durante muitos anos.

Esta coordenação atende também, desde dezembro de 2009, os povos recém contatatos e por isso é denominada hoje de Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém Contatados (CGIIRC). A CGIIRC é coordenada por Elias Biggio e conta com doze Frentes de Proteção Etnoambiental: Vale do Javari (AM), Purus (AM), Juruena (AM, PA, MT), Envira (AC), Yanomami (RR), Madeira (AM, RO), Guaporé (RO), Uru-Eu-Wau-Wau (RO), Cuminapanema (PA, AP), Médio Xingu (PA), Madeirinha (MT) e Awa-Guajá (MA).

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Onde estão os isolados

As informações apresentadas a seguir são parte do trabalho de Monitoramento das Terras Indígenas que o Instituto Socioambiental realiza desde 1983. Essa pesquisa possibilitou organizar a relação das terras reconhecidas para ocupação dos isolados, e também as terras que, embora demarcadas e homologadas para outros povos, abrigam grupos isolados, assim como as referências de índios isolados nas diversas regiões da Amazônia e sobre um pequeno grupo na região de Goiás/Noroeste de Minas Gerais. Estas informações são provenientes da relação elaborada no Encontro de 1986, atualizada permanentemente por pesquisadores e confrontadas com a lista elaborada pela Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém Contatados (CGIIRC-Funai).

Isolados em TIs reconhecidas para eles


Terras IndígenasEstado Situação Jurídica
Alto TarauacáACHomologada Registrada
Cabeceiras dos Rios Muru e BoiaçuACEm identificação
Hi MerimãAMHomologada
Igarapé Taboca do Alto TarauacáACCom restrição de uso
Ituna/ItatáPACom restrição de uso
Jacareuba/Katawixi
obs.: quase integralmente dentro do Parque Nacional Mapinguari e com uma pequena parte dentro da Resex Ituxi
AMCom restrição de uso
Kawahiva do Rio PardoMTCom restrição de uso
MassacoROHomologada registrada
Piripkura
obs.: chamados de Piripicura pelos índios Gavião da TI Igarapé Lourdes, esses índios se localizam na área entre os rios Branco e Madeirinha, afluentes do Roosevelt/MT. Já foram contatados dois índios, e parece existir mais um grupo sem contato de cerca 17 pessoas.
MTCom restrição de uso
Riozinho do Alto Envira (Xinane)ACDeclarada
TanaruROCom restrição de uso


TIs reconhecidas para outros índios, também habitadas por índios isolados


Terras indígenasIsoladosEstadoSituação Jurídica
Apiaká do Pontal e Isolados
(Apiaká)
Em 1984, o antropólogo Eugenio Wenzel, que viveu mais de 15 anos com os índios Apiaká , informou que havia notícias sobre a existência de um grupo de Apiaká que, depois de viver em contato com a sociedade regional e sofrer massacres no período da borracha no início do século 20, fugiu, afastando-se das margens dos rios maiores. Localiza-se na região dos rios Ximari e Matrinxã, entre os rio Teles Pires e Juruena, no município de Apiacás/MT e Apui/AM. MT e AMIdentificada e aprovada pela Funai
Alto Turiaçu
(Ka'apor e Tembé)
Isolados Guajá, no igarapé Jararaca MAHomologada e registrada
Arara do Rio Branco MTHomologada e registrada
Araribóia
(Guajajara)
Guajá isolados MAHomologada e registrada
Aripuanã
(Cinta Larga)
 MT/ROHomologada e registrada
Caru
(Guajajara)
Isolados no Oeste da TI MAHomologada e registrada
Kampa e Isolados do Rio Envira
(Ashaninka)
 ACHomologada
Kaxinawá do Rio Humaitá ACHomologada e registrada
KayapóIsolados Pituiaro, do grupo Kayapó PAHomologada e registrada
Koatinemo
(Asurini)
Isolados PAHomologada e registrada
MenkragnotiIsolados Mengra Mrari, grupo kayapó, que se separou dos Gorotire em 1938. PAHomologada e registrada
Mamoadate
(Yaminawa e Manchineri)
Isolados Masko, no verão circulam entre os rios Mamoadate e cabeceiras do Rio Purus. São chamados de Masho-Piro, no Peru. ACHomologada e registrada
Rio TeaIsolados MakuAMHomologada e registrada
Trombetas/Mapuera
(Wai Wai)
Isolados KarafawyanaRR/AM/PAHomologada
Tumucumaque
(Tiriyó, Katxuyana, Wayana e Apalai)
PA/APHomologada e registrada
Uru Eu Wau WauHá pelo menos dois grupos isolados, a nordeste e ao sul da TI.ROHomologada e registrada
Vale do Javari Vários grupos isolados: do Jandiatuba, do Alto Jutaí,  do São José, do Quixitos, do Itaquaí e Mayá).AMHomologada e registrada
Waimiri AtroariIsolados Piriutiti dentro e fora da TI.RR/PAHomologada
Xikrin do Catete
(Xikrin)
Segundo a antropóloga Isabelle Giannini, os Xikrin dizem que ao norte da TI, na região do Rio Cinzento, vivem índios iguais aos que encontraram em 1987 em suas terras, um grupo de Araweté isolados. PAHomologada e registrada


Referências de índios isolados fora de TIs reconhecidas

PovoLocalidade
Arama/Inauini  Os Jamamadi do Purus e uma familia katukina que mora no igarapé Kanamari deram informações sobre a presença de um grupo isolado na região do Inauini. Em outubro de 1985, alguns desses índios teriam aparecido no outro lado do igarapé, em frente à moradia da família katukina, no município de Pauini/AM.
Isolados Avá-CanoeiroNa região do Noroeste de Goiás.
Isolados Awá-GuajáFala-se da existência de pequenos grupos nas serras que formam o rio Farinha e Lageado (oeste do Maranhão). Em 1998, o sertanista Wellington Figueiredo fez o resgate de uma família awá no limite da Terra Indígena Awá e a reserva Biológica do Gurupi (região do Igarapé Mão de Onça). Em 2006, na estada do sertanista no PIN Juriti, o homem que faz parte do grupo que ele mesmo resgatou veio lhe cobrar que fossem buscar seu irmão que lá teria permanecido (dados de agosto de 2006).
Isolados do rio LiberdadeHá anos os Metuktire dizem que existem Kaiapó "brabo" na região do Rio Liberdade, onde encontraram vestígios desses índios. Parece ser o mesmo grupo que foi visto pelos Metuktire na Cachoeira Von Martius, poucas horas do rio Liberdade. Foram vistos três índios de cabelos compridos que flecharam os Metuktire, com uma flecha igual a dos Kaiapó (dia 25/10/1990). Nos municípios de Luciara e Vila Rica/MT e talvez em São Felix do Xingu. Segundo o antropólogo Gustaaf Verswijver, que tem trabalhado com os Kayapó, hoje perambulam entre a região do rio Liberdade que cada dia tem sofrido mais desmatamento e a TI Mekragnoti (dados de novembro de 2005).
Isolados do Rio MuquiA Rio Muqui teve restrição de uso da Funai até o ano 2000 e, com a ocupação e desmatamento desta área, provavelmente os índios encontram-se na TI Uru-Eu-Wau-Wau.
Isolados do Igarapé Muriru e Pacutinga  Localizados entre os rios Juruena e Aripuanã, no município de Aripuanã/MT. Os índios Rikbaktsa dizem que já tiveram contato com esse grupo que denominam Yakara Waktá (moradores do mato). São 20 a 30 índios que se deslocam para o Aripuanã na época seca. Pelos vestígios (alimentação) poderiam ser um subgrupo apiaká. Em 1985, o jesuíta Balduino Loebens, em sobrevôo, localizou suas roças. Esse mesmo missionário disse que, em 1984, um picadeiro da colonizadora Cotriguaçu encontrou esses índios. Segundo o antropólogo Rinaldo Arruda, o grupo foi visto na TI Escondido, habitado pelos Rikbaktsa.
Isolados do rio TapirapéEsses índios vivem nas cabeceiras do rio Tapirapé, afluente da margem esquerda do rio Itacaunas, no município de Senador José Porfírio/PA. Poderia ser o mesmo grupo a que os Xikrin do Cateté se referem ao norte do limite da TI do Cateté, na região da Flona Itacaiunas e Flona Tapirapé.
Isolados Kayapó Pituiaro (Rio Meruré)Esse grupo kaiapó tem o nome do homem mais velho que o conduziu separadamente quando, em 1950, os Kuben Kran Kren se dispersaram em meio a um ataque dos Kokraimoro. Este grupo perambula entre a região do rio Merure e a área Kuben Kran Ken, município de Altamira/PA. Em agosto de 1977, o antropólogo Gustaaf Verswijver, ao sair da aldeia, num vôo para Santana do Araguaia, avistou uma aldeia dos Pituiaro à margem do rio Merure – um círculo de cinco a seis casas do tipo tradicional kaiapó, encravado numa serra. Verswijver disse, em novembro de 2005, ser impossível a presença desses índios na região do rio Meruré, pois está muito desmatada. Ele acredita que eles podem ter se refugiado na TI Kayapó, no sudeste do Gorotire ou ao sul do Kuben-Kran-Kren.
Isolados Kayapó Pu´ro   Esse grupo se formou em 1940, quando 25 índios partidários do chefe Tapiete deixaram a aldeia Mekragnoti, nunca mais retornando. Os Megranoti atuais se referem a esse grupo como os Pu´ro. Segundo o antropólogo Gustaaf Verswijver, em novembro de 2005, eles não se encontram mais na região que está muito desmatada. Verswijver soube pelos Mekrãgnoti da aldeia Pukanu, que dizem ter ouvido de kubens (brancos) que, há uns dois ou três anos, quatro homens desse grupo foram mortos, (provavelmente por madeireiros). Esta é uma notícia preocupante, principalmente porque deve ser um grupo pequeno. Esses sobreviventes parecem estar nos limites norte da TI Mekragnoti.
Em 2005 foi criada nesta região a Estação Ecológica Terra do Meio.
Isolados do KaripuninhaRieli Franciscato, indigenista da Funai, disse na década de 1990, que moradores da região do rio Karipuninha não têm coragem de subir o rio no rumo de suas cabeceiras, devido aos inúmeros vestígios de índios "brabos" que lá encontram. O rio Karipuninha é afluente da margem esquerda do rio Madeira, a aproximadamente 100 km rio acima a partir de Porto Velho, e suas cabeceiras ficam próximas à divisa de Rondônia e o estado do Amazonas.
Isolados do Bararati Referência sobre a existência de índios isolados no rio Bararati e margem esquerda do rio Juruena, próximo do limite com o Mato Grosso (municípios de Apuí e Sucurundi/AM - informação da CGII-Funai).

Flona Bom Futuro (Rio Candeias) 
A informação sobre a existência de um grupo de isolados motivou uma expedição da equipe da Frente de Contato Guaporé em meados de 1998. A equipe percorreu 90 km na margem direita deste rio, sem resultados concretos. Não foram encontrados vestígios de ocupação indígena na área vistoriada. Porém, ainda falta uma grande área a ser pesquisada. Segundo Gilberto Azanha/CTI, esse grupo está dentro do perímetro da Flona Bom Futuro.

Wajãpi isolados do Alto Amapari
A antropóloga Dominique Gallois informou em 1990 que, desde 1987, garimpeiros da Perimetral Norte informam terem encontrado, repetias vezes, vestígios da presença de um grupo isolado na região dos formadores do rio Amapari. De acordo com os Wajãpi do Amapari trata-se dos remanescente do subgrupo "Amapari Wan", que se separou dos demais há cerca de 50 anos. Membros desse mesmo grupo vivem na aldeia Mariry e na aldeia Camopi (Guiana Francesa). A região dos isolados fica dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e às vezes esses índios se deslocam para a Guiana Francesa. Em 2003, os Wajãpi do Camopi acharam uma roça desses índios no rio Muturá.
Wajãpi isolados do Ipitinga  Segundo a antropóloga Dominique Gallois, os índios que vivem no Parque Indígena do Tumucumaque, falam desses índios Wajãpi que vivem próximos do Parque, no município de Almeirim, no Pará.
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http://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/quem-sao/onde-estao-os-isolados

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