quinta-feira, 26 de maio de 2011

CAMPAS

Imagem do site Portal dos Mistérios
Os campas (também denominados acháninca, asháninka, ashininka) são um povo indígena que vive no Peru, na Bolívia e no Brasil, no estado do Acre. São mais de 70 mil índios, sendo cerca de 900 no Brasil e 51 mil no Peru. Habitam no Sudoeste do estado brasileiro do Acre, mais precisamente as Áreas Indígenas
Kampa do Rio Amônea,
Kampa do Rio Envira,
Kaxinawá do Rio Humaitá,
Kaxinawá/Ashaninka do rio Breu; Terra Indígena Igarapé Primavera.


Xamanismo


Imagem do site Portal São Francisco
Entre os Ashaninka, tanto a bebida feita de ayuaska como o ritual são chamados kamarãpi (vômito, vomitar). A cerimônia é sempre realizada à noite e pode se prolongar até de madrugada. As reuniões são constituídas de grupos pequenos (cinco ou seis pessoas). O kamarãpi se caracteriza pelo respeito e silêncio sendo a comunicação entre os participantes mínima, interrompida apenas por cantos, inspirados pela bebida. Esses cantos sagrados do kamarãpi não são acompanhados por nenhum instrumento musical e permitem aos Ashaninka comunicarem-se com os espíritos, agradecerem e homenagearem Pawa, o sol, que em sua mitologia é o filho da Lua.

O kamarãpi é um legado de Pawa, que deixou a bebida para que os Ashaninka adquirissem o conhecimento e aprendessem como se deve viver na Terra. Tem em sua consideração que o conhecimento e o aprendizado xamânico (sheripiari), se dá através do consumo regular e repetitivo da bebida, durante anos sem nunca estar concluída. A experiência lhe confere respeito e credibilidade, ele está sempre aprendendo. É através do kamarãpi que o sheripiari realiza suas viagens nos outros mundos e adquire a sabedoria para curar os males e as doenças que afetam a comunidade. A cura realizada através do kamarãpi é eficaz apenas para as doenças nativas causadas, geralmente, por meio da feitiçaria.
Contra as “doenças de branco” os Ashaninka só podem lutar com o auxílio de remédios industrializados.

Em um trabalho de campo foi realizado entre julho e setembro de 2007 numa comunidade Asháninka de Bajo Quimiriki, Distrito Pichanaki, Junín, Peru  foi identificado a utilização de quatrocentos e duas plantas medicinais, principalmente ervas. As famílias mais importantes em termos de taxa foram Asteraceae, Araceae, Rubiaceae, Euphorbiaceae, Solanaceae e Piperaceae. Oitenta e quatro por cento das plantas medicinais eram selvagens e 63% foram coletadas da floresta. Espécimes exóticos representaram apenas 2% das plantas medicinais. Problemas relacionados à pele, sistema digestivo e à categorias próprias de seu sistema de crenças culturais representaram 57% de todas as aplicações medicinais.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ashaninka

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